Informativo

COM BOLSONARO NO PODER, BRASIL TEM O PIOR SALÁRIO MÍNIMO EM 16 ANOS
Os sucessivos ataques dos governos Michel
Temer e Jair Bolsonaro aos trabalhadores acabam de culminar num novo – e triste
– recorde negativo. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo hoje, de apenas R$ 1.100, é o
menor poder de compra em relação aos produtos da cesta básica desde 2005. Faz
16 anos, portanto, que o salário não vale tão pouco.
Com o mínimo atual, é possível comprar cerca
de 1,58 cestas básicas – que custam, em média, R$ 696,70. De 2010 a 2019, esse
indicador ficou sempre acima de duas cestas, com exceção de 2016 – o ano do
golpe –, quando diminuiu para R$ 1,93. A cesta básica é composta por 13 itens
alimentícios e é base para o cálculo do valor do salário mínimo necessário para
a sobrevivência de um trabalhador e de sua família.
A queda no poder de consumo pode ser
explicada pela combinação de dois fatores: o aumento elevado de preços dos
alimentos durante a pandemia do coronavírus – bem acima da inflação oficial – e
o fim da política de valorização do salário mínimo, que vigorou entre 2011 e
2019, de reajuste pelo índice de preços e também pela variação do Produto
Interno Bruto (PIB). Era uma forma de repassar aos trabalhadores o percentual
equivalente ao aumento da riqueza nacional. Hoje, o governo Bolsonaro promete
apenas repor a inflação, sem promessa de aumento real na remuneração dos
trabalhadores. Mas nem isso tem sido feito.
Dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira
mostram que a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou 2020 com alta de 4,52%, enquanto os preços
dos alimentos acumularam aumento de 14,09% no ano. Já o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC) utilizado para reajustar o mínimo fechou com alta de
5,45%. Porém, o reajuste aplicado ao mínimo pelo governo foi menor: 5,26%.
Em outras palavras: o reajuste do salário
mínimo anunciado para 2021 não cobre a alta da inflação. Isso já havia ocorrido
no ano passado, quando inicialmente o reajuste para 2020 também não acompanhou
a alta dos preços. Porém, após a divulgação dos dados pelo IBGE na ocasião – e
com pressão do movimento sindical –, o governo determinou uma nova correção.
A alta dos preços atingiu todos os setores da
alimentação. A desvalorização do real frente ao dólar desde o início da crise
sanitária foi um dos motivos que mais pressionou o indicador. “O Brasil é um
grande exportador de alimentos. O fato de ter uma moeda norte-americana muito
valorizada – que acumulou um avanço de 35% – faz com que o produtor queira
exportar”, afirma George Sales, professor da Fipecafi.
Isso diminui a “oferta local”- o que, segundo
Sales, “causa uma forte variação no preço. Já o que importamos, com dólar alto,
também fica mais caro”. Além disso, fatores climáticos, em decorrência de
longos períodos de estiagem ou de chuvas intensas, também impactaram nos preços
dos alimentos ao longo dos meses.
Levantamento do Dieese mostrou que houve
aumento do valor da cesta básica em 17 capitais pesquisadas no País. Um dos
grandes vilões da inflação desse ano foi o arroz, que foi pressionado pela alta
do dólar, o que aumentou o custo de produção e elevou o volume de grão
exportado.
A elevada exportação de soja, o carro-chefe
da agricultura no País, também impactou no preço do grão e no preço interno de
derivados como o óleo de soja. Carne, leite, batata, açúcar e farinha foram
outros produtos que pesaram no bolso do consumidor em 2020. Entre os alimentos
que mais aumentaram os preços, o óleo de soja (103,79%) e o arroz (76,01%) foram
dois que dispararam, assim como o leite longa vida (26,93%), as frutas
(25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%).
Os efeitos da inflação não são iguais para
toda a população. Os gastos com alimentação acabam pesando mais para as classes
de renda mais baixa. “A inflação foi muito mais forte para os mais pobres, já
que grande parte do salário deles é gasto com comida e bebida. O salário mínimo
teria que aumentar mais de 22% para acompanhar a cesta básica”, diz Sales.
Na avaliação de José Silvestre,
diretor-adjunto do Dieese, é preciso discutir uma política de valorização do
salário mínimo a longo prazo, já que a remuneração está defasada. “Hoje 50
milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo. Muitos críticos
dizem que um aumento do salário impacta nas contas públicas já muito
debilitadas, mas é preciso também ver o impacto positivo”, afirma.
Segundo Silvestre, o aumento do mínimo injeta
dinheiro na economia, seja em poder de compra das pessoas, seja em arrecadação
de tributos. Considerando o valor da cesta básica de São Paulo, o Dieese estima
que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.304,90 – cerca
de cinco vezes o vigente. O cálculo é feito levando-se em consideração uma
família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19
no Brasil e no mundo, a moeda norte-americana deve ficar menos pressionada,
diminuindo o preço dos alimentos. Por outro lado, alguns ajustes de preços
previstos não ocorreram no setor educacional, de planos de saúde e algumas
tarifas públicas – como de transporte e água. Esses itens devem subir.
Fonte:
Portal Vermelho, com informações do El País
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