Informativo
Crise desmonta discurso de “coesão” da equipe econômica de Temer
Além de perder força junto ao Legislativo,
com uma base aliada fragmentada, e ganhar uma impopularidade recorde, o governo
de Michel Temer anda perdendo o controle de sua equipe econômica, demonstrando
que o governo perdeu a coesão do discurso em meio a uma profunda recessão.
Por
Dayane Santos
Ao discursar nos eventos oficiais, Temer faz
questão de dizer que tem uma equipe “extraordinária” e que “agora o Brasil tem
rumo”. Mas as declarações de representantes do governo revelam que a coisa não
é bem assim.
Nessa quinta-feira (17), o secretário da
Receita Federal, Jorge Rachid, disse que as desonerações previdenciárias,
feitas pelo governo para salvar a pele de Temer contra a denúncia por corrupção
passiva, contribuem para o deficit na Previdência Social.
“Quando se há uma desoneração de um
determinado segmento, os trabalhadores [do setor beneficiado com desoneração],
ao final da sua vida laboral, vão bater na Previdência e requerer da
previdência social os mesmos benefícios dos demais”, afirmou Rachid, durante
audiência pública da CPI da Petrobras, no Senado.
Enquanto não consegue emplacar a reforma da
Previdência para reduzir direitos dos trabalhadores, Temer publicou medida
provisória que alivia dívidas previdenciárias de produtores rurais e ainda
reduziu a alíquota paga pelos produtores ao Fundo de Assistência ao Trabalhador
Rural (Funrural).
Segundo Rachid, mais de 30% da massa salarial
estão em setores beneficiados por essas “desonerações”, o que prejudica a
previdência social que “é financiamento direto, e não deve ser usada como
modelo de incentivo”.
ROMBO
FISCAL
Diante do rombo fiscal, que subiu para R$ 159
bilhões, e das promessas feitas aos deputados para que eles livrassem Temer da
denúncia de corrupção, a equipe econômica tem cada vez menos margem para tapar
a cratera nas contas públicas.
Entre os motivos da demora em anunciar a
revisão da meta fiscal está o pedido da articulação política do governo de
segurar o anúncio. Mas a equipe liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, defendeu que o governo perderia credibilidade junto ao mercado se
não anunciasse a revisão.
Isso porque, segundo o colunista do G1 Gerson
Camarotti, há grande risco de uma nova revisão da meta, desta vez para os R$
170 bilhões, conforme especulações. “O argumento é que o desgaste seria de uma
única vez”, disse ao jornalista um integrante da articulação do governo.
BNDES
Outro setor do governo que anda cabreiro é o
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para barrar a
prometida segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Temer dá
sinais de que pretende utilizar os cofres do banco.
A equipe econômica acredita que tal medida
possa comprometer ainda mais as contas públicas, que eles juram fechar em R$
159 bilhões de deficit.
Para incrementar o caldo de tensões, o
presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta segunda-feira (14)
que a economia está anêmica.
“A economia brasileira está anêmica, não há
disposição para investimentos no mesmo ritmo que no passado. Esse apetite para
o investimento deve ter caído no mínimo 30%”, disse ele, apontando a fraca
disposição do empresariado brasileiro para investir em meio à crise.
Paulo Rabello disse que será uma surpresa se
o total de empréstimos do banco este ano chegar a R$ 65 bilhões, muito abaixo
dos R$ 88,3 bilhões de 2016.
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