Informativo
ALTA DO DESEMPREGO MOSTRA QUE ECONOMIA NÃO SAIU DO PÂNTANO
A
mídia burguesa não se cansa de repetir o cantochão otimista de que a economia
está a caminho da recuperação como resultado das políticas neoliberais que vêm
sendo imposta ao país desde o golpe de Estado de 2016, liderado pelo senhor
Michel Temer, um político que chegou a ser considerado chefe da mais perigosa
quadrilha do Brasil. A receita de Bolsonaro não difere fundamentalmente daquela
aplicada por seu antecessor, com o detalhe de que é ainda mais radical e
impiedosa com o povo brasileiro.
Em
nome da retomada da confiança empresarial, do crescimento e do emprego, Temer
instituiu um novo regime fiscal, congelando por 20 anos os gastos públicos
primários, promoveu a reforma trabalhista e a terceirização irrestrita, retomou
o projeto de privataria tucano, deflagrado por FHC e interrompido por Lula, e
deu início ao processo de entrega do pré-sal ao capital estrangeiro.
DA RECESSÃO À ESTAGNAÇÃO
O
resultado está hoje aí, à vista de todos. A reforma trabalhista não trouxe os
empregos prometidos, mas ampliou sensivelmente a precarização do mercado de
trabalho, subtraindo direitos trabalhistas e depreciando salários. O equilíbrio
fiscal ainda não é mais que uma promessa, o déficit persist mas a política de
austeridade reduziu ainda mais os investimentos públicos e é responsável por
desastres como a destruição do Museu Nacional, o desmantelamento do SUS e a
degradação da educação e dos serviços públicos em geral.
A
consequência mais dramática é revelada pelos indicadores do desempenho da
economia nacional, que depois de dois anos da maior recessão da história
(2015/2016) resvalou para o pântano da estagnação, condenando a nação
brasileira provavelmente a mais uma ou duas décadas perdidas.
Não
seria necessário maior esforço intelectual para concluir que a origem do desastre
está no neoliberalismo, mas o pensamento dominante, disseminado pela mídia
burguesa, não pode admitir e não admite tal conclusão, ainda que ela nos pareça
e de fato seja óbvia. Os interesses sempre falam mais alto do que a ciência e
moldam as ideias e as ideologias. Isto explica a razão da insistência das
classes dominantes no fracasso projeto neoliberal.
27,5 MILHÕES DE
SUBUTILIZADOS
O
mercado de trabalho brasileiro, cuja recuperação é prometida e prenunciada pela
mídia após cada medida neoliberal adotada pelo governo, é o retrato falado do
desalento. O índice de desemprego aberto voltou a subir no trimestre terminado
em janeiro deste ano, atingindo 12%, o que equivale a 12,7 milhões de pessoas.
É o maior desde agosto, segundo o IBGE. Já o número de trabalhadores por conta
própria bateu recorde histórico, chegando 23,9 milhões.
O
mercado de trabalho tem sido desestruturado pelo crescente número de
desalentados e de subutilizados. A taxa de subutilização da força de trabalho
ficou em 24,3%. De acordo com o IBGE, 27,5 milhões de brasileiros estavam
subutilizados no trimestre encerrado em janeiro – 209 mil a mais que no
trimestre imediatamente anterior. Já na comparação anual, esse contingente
cresceu 2,5% (mais 671 mil pessoas).
O
número de desalentados ou de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga
(4,7 milhões) ficou estável em relação ao trimestre anterior, mas aumentou 6,7%
na comparação anual (296 mil a mais). Já o contingente de pessoas subocupadas
por insuficiência de horas trabalhadas (6,8 milhões) caiu 2,4% em relação ao
trimestre anterior, mas subiu 7,3% em relação ao mesmo trimestre do ano
anterior (466 mil a mais).
EFEITO SAZONAL
A
alta do desemprego neste início de 2019x, segundo técnicos do IBGE, deve ser
parcialmente atribuída ao movimento sazonal de dispensa após as contratações de
final de ano. Janeiro é um mês em que muitos trabalhadores temporários são
dispensados e tradicionalmente há um aumento da taxa de desocupação.
Na
comparação com o trimestre anterior (agosto a outubro), a taxa de desemprego
aumentou 0,3 ponto percentual, com um adicional de 318 mil pessoas na fila do
desemprego. Segundo o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, trata-se de um
movimento sazonal. "Tem a ver com o movimento natural do mês de janeiro,
com a dispensa de trabalhadores, sobretudo temporários no comércio",
disse.
DESINDUSTRIALIZAÇÃO
A
indústria foi o setor que mais dispensou trabalhadores na comparação com o
trimestre encerrado em outubro (menos 345 mil), seguida por agricultura (menos
192 mil) e administração pública (menos 175 mil). É mais um indicador do
processo já histórico de desindustrialização da economia brasileira.
O
número atual de ocupados (92,5 milhões) no trimestre encerrado em janeiro
também é o menor desde agosto de 2018. Segundo o IBGE, a população ocupada no
país caiu -0,4% (menos 354 mil pessoas) em relação ao trimestre encerrado em
outubro.
"Não
é possível falar em recuperação do mercado de trabalho com esse quadro. Nós
temos o mesmo quadro que em janeiro do ano passado se olharmos somente para o
lado da desocupação. Mas se nos voltarmos para a ocupação apenas, vemos um
incremento de 846 mil trabalhadores. Isso é bom, ter mais gente ocupada? Por um
lado, sim, mas são todas vagas informais", avaliou Azeredo.
OCUPAÇÃO NO BRASIL POR
POSIÇÃO, SEGUNDO O IBGE
Em
número de pessoas (mil)
Empregado
com carteira setor privado: 32.916
Empregado
sem carteira setor privado: 11.307
Conta
própria: 23.901
Empregado
setor público: 11.499
Trabalhador
doméstico: 6.239
Empregador:
4.514
Trabalhador
familiar auxiliar: 2.171
RECORDE DE TRABALHADORES
POR CONTA PRÓPRIA
O
número de trabalhadores por conta própria e de empregadores tiveram recorde
histórico neste trimestre encerrado em janeiro, reunindo, respectivamente, 23,9
milhões e 4,5 milhões de pessoas.
Na
comparação com o trimestre anterior, o número de trabalhadores por conta
própria aumentou em 1,2% (291 mil a mais). Já na comparação com o mesmo
trimestre do ano anterior, a alta foi de 3,1% (719 mil pessoas a mais).
O
número de empregadores se manteve estável em 3 meses, mas cresceu 3,3% na
comparação com janeiro de 2018 (146 mil a mais).
Os
grupamentos de atividades que mais registraram aumento nestes dois tipos de
posição foram os de comércio, outros serviços, alojamento e alimentação e,
sobretudo, transportes. Segundo Azeredo, prevalece a tendência do aumento de
pessoas trabalhando com o transporte alternativo de passageiros, por meio dos
aplicativos de transporte, que representam uma porta mais fácil de ingresso
informal no mercado de trabalho.
TRABALHO FORMAL E SEM
CARTEIRA ASSINADA
O
número de trabalhadores em carteira de trabalho assinada caiu 2,8% na
comparação com o trimestre anterior (menos 321 mil pessoas). Na comparação
anual, entretanto, subiu 2,9%, um adicional de 320 mil pessoas.
O
número de empregados com carteira de trabalho assinada, por sua vez, ficou
estável na comparação com o trimestre anterior, mas em 1 ano recuou 1,1% (380
mil a menos).
"A
carteira de trabalho continua estável, mas em momento algum a gente percebe geração
de postos de trabalho com carteira", avaliou Azeredo.
Os
números de emprego formal em janeiro pelo Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) serão divulgados nesta quinta-feira pelo governo federal.
Fonte: Umberto Martins –
Portal CTB, com informações do G1 e outras agências
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