Informativo
SALÁRIO MÍNIMO É 1ª BATALHA DO MOVIMENTO SINDICAL SOB O GOVERNO LULA
Com a cesta básica estimada em R$ 802,36 neste mês de janeiro, o salário
mínimo atual equivale a 1,62 cesta básica. Em 2017, um salário mínimo
correspondia a 2,16 cestas básicas.
Por André Cintra
O destino do salário mínimo está em disputa.
Para debater o tema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai instalar
uma Mesa Nacional, formada por representantes dos trabalhadores, dos
empresários e do próprio governo federal. A luta para valorizar o mínimo é a
primeira grande batalha dos sindicalistas sob o novo governo.
Na quinta-feira (12), durante a posse da nova
presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, Lula defendeu a retomada
da política de valorização permanente do salário mínimo. De acordo com o
presidente, há hipocrisia nas críticas do mercado à medida.
“Tudo que a gente faz é gasto”, ironizou. “Se
eu compro comida é gasto, se compro para o pobre é gasto, se coloco dinheiro na
saúde é gasto, na educação é gasto. A única coisa que não é tratada como gasto
neste país é o dinheiro que a gente paga de juros para o sistema financeiro.”
Para Lula, “o mercado não tem coração, não tem sensibilidade, não tem
humanismo”.
Além de tratar do salário mínimo, caberá à Mesa
Nacional abordar outros dois tópicos: a regulação do trabalho por aplicativos e
a negociação coletiva. Como esse fórum terá duração de 90 dias, suas
deliberações, uma vez avalizadas por Lula, podem ser anunciadas pelo governo
até 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
A Mesa é uma das pautas da reunião de Lula e do
ministro do Trabalho, Luiz Marinho, com o movimento sindical, nesta
quarta-feira (18), no Palácio do Planalto, em Brasília. Já na reunião, os
sindicalistas devem cobrar a valorização do salário mínimo. Hoje, cerca de 60,3
milhões de brasileiros – entre trabalhadores, aposentados e pensionistas – têm
rendimento referenciado no piso salarial nacional.
No primeiro dia de 2023, o mínimo passou de R$
1.212 para R$ 1.302 – um reajuste nominal de 7,42%. Porém, como a inflação medida
pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi de 5,93% no ano
passado, o aumento real (acima da inflação) ficou em apenas 1,41%.
Um novo reajuste está previsto para este ano.
Enquanto a equipe econômica propõe que o piso do trabalhador brasileiro chegue
a R$ 1.320, as centrais sindicais defendem o valor de R$ 1.342.
Na visão dos sindicalistas, o mínimo sofre com
uma grave defasagem acumulada desde o golpe de 2016, que levou o governo
federal a abandonar a política de valorização. De volta ao Planalto, Lula se
comprometeu em retomar os reajustes reais anuais, mas sem fixar, ainda, uma
fórmula para os aumentos.
Nota técnica divulgada na semana passada pelo
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)
aponta que “em uma conjuntura de inflação alta, nos últimos anos, o salário
mínimo estagnou”, comprometendo a renda dos brasileiros: “Enquanto a inflação
aumenta mensalmente, o SM real vai ficando menor, o que reduz o poder de compra
– que somente será recuperado lá na frente, na reposição da inflação. O aumento
real ameniza essa situação”.
Ainda segundo o Diesse, “mesmo com a reposição
da inflação, houve perda de poder de compra em relação aos preços dos
alimentos, que tiveram aumento considerável e pesam muito no orçamento familiar
da classe trabalhadora”. Com a cesta básica estimada em R$ 802,36 neste mês de
janeiro, o salário mínimo atual equivale a 1,62 cesta básica. Em 2017, um
salário mínimo correspondia a 2,16 cestas básicas.
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral
dos Trabalhadores), afirmou que o objetivo das centrais, no encontro com o
presidente, é ir além do reajuste em 2023. O mais importante, segundo o
dirigente, é viabilizar a volta da política de valorização dos salários. “Irão
600 pessoas (na reunião). Cada central vai falar um minuto, e o Lula vai
nos comentar sobre a política do salário mínimo e sobre a democracia. Não dá
para ser reunião para especificar temas”, declarou Patah ao Poder360.
A CTB (Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil) avalia que a busca de consensos deve orientar a
discussão a respeito do novo salário mínimo, bem como de outros pontos de
debate entre os setores patronal, trabalhista e governamental. Conforme destaca
o presidente da CTB, Adilson Araújo, “a unidade das centrais sindicais e dos
movimentos sociais e a construção da frente ampla foram fundamentais para êxito
da vitória política eleitoral”. É preciso, diz Adilson, manter essa unidade.
“Preservada a nossa autonomia e independência
de governos e patrões, teremos a responsabilidade de lutar pela governabilidade
do projeto que ajudamos eleger, ao tempo que reforçamos a unidade, a
mobilização e a luta por mudanças emergenciais. Um grande pacto com o povo e um
pacto entre a produção e o trabalho sinalizam uma condição necessária para
retomada da reindustrialização do País”, afirma o sindicalista. “Essa tarefa
demandará grande capacidade de articulação política, centralidade e atenção da
nossa parte.”
Fonte: Portal Vermelho
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