Informativo
GRANDE MÍDIA SAI EM DEFESA DA INDEFENSÁVEL REFORMA TRABALHISTA
Desde a
manifestação pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiando a
revogação de diversas medidas da reforma trabalhista da Espanha, implementada
em 2012, a mídia tradicional e figuras do meio político reagem contra uma
possível reversão de parte das medidas que alteraram a legislação trabalhista
em 2017.
“É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está
acontecendo na reforma trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sánchez
está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”, tuitou Lula, que
recebeu os cumprimentos do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em
postagem na qual afirmou que as novas mudanças são “um exemplo de que, com
diálogo e acordos, podemos construir um país mais justo e solidário”.
Na quinta-feira (6), presidentes de seis centrais sindicais
também se manifestaram de forma favorável à discussão sobre a revogação de
medidas que não trouxeram benefícios nem aos trabalhadores, nem à economia, sem
atingir os objetivos propalados à época pelo governo de Michel Temer. “Nesse
período o desemprego aumentou, a precarização e a insegurança laboral se
generalizaram, arrocho salarial, pobreza e desigualdade se expandiram, trazendo
crescimento econômico rastejante e aumento das mazelas sociais”, disseram em nota.
No sentido contrário, parte da mídia tradicional vem
intensificando a defesa das supostas virtudes da reforma. Em editorial
publicado na edição deste domingo, o jornal O Estado de
S. Paulo ataca o PT e Lula, algo corriqueiro para o periódico,
e defende as mudanças de 2017. “A reforma trabalhista do governo de Michel
Temer é um marco jurídico sofisticado, de raro equilíbrio social e econômico”,
diz o editorial.
Já o jornal Folha de S. Paulo abriu
espaço para o próprio Temer, em artigo, defender sua reforma que, segundo ele é
“injustamente atacada”. “Ressalto que o combate ao desemprego depende de
emprego, e este só se verifica se houver empregador. Não podemos alimentar a
disputa permanente entre esses setores fundamentais para a economia nacional.
Daí porque falta racionalidade à afirmação de que a modernização trabalhista
trouxe prejuízos ao trabalhador e à economia”, escreveu. Em editorial, o jornal
também já afirmou que não se pode atribuir à reforma as taxas de desocupação e
precarização elevadas.
A movimentação midiática não passou despercebida. Pelo Twitter,
o economista Uallace Moreira pontuou que “o mundo está revendo as reformas
neoliberais, inclusive a trabalhista. A reforma trabalhista no Brasil é um
desastre: precariza o mercado de trabalho e reduz a renda dos trabalhadores”.
“Michel Temer correu na Folha pra
defender sua ‘reforma trabalhista’. Só não explica onde é que estão os milhões
de empregos prometidos e a redução de renda do povo brasileiro! Só se deu bem
empresário que sobrevive da exploração da mão de obra!”, disse o deputado
federal Carlos Zarattini (PT-SP) em seu perfil.
O juiz e professor universitário Rubens Casara também abordou o
comportamento de veículos de comunicação. “A defesa da reforma trabalhista, que
não atendeu a qualquer dos objetivos declarados à população (sucesso no que
toca aos objetivos ocultos), confirma que a verdade não é um valor inegociável
para a mídia hegemônica. Não aprenderam nada com a desgraça que ajudaram a
produzir”, afirmou.
“A reforma trabalhista não trouxe benefícios, nem reduziu o
desemprego – os números mostram isso. Apenas intensificou a precarização e teve
como objetivo beneficiar empresários e prejudicar trabalhadores. Bem distante
da referida regulação ‘justa’ das relações socioeconômicas”, postou a
professora de Direito Penal e Criminologia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Luciana Boiteux.
IMPACTOS
NEGATIVOS
Os números oficiais mostram a ineficácia da reforma e diversos
estudos também apontam seus resultados negativos. Em agosto de 2021, foram
lançados dois volumes da obra O Trabalho Pós-Reforma
Trabalhista (2017), resultado de uma parceria do centro de Estudos
Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Rede de Estudos e
Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista (Remir). À época, José
Dari Krein, do Instituto de Economia da Unicamp, falou à RBA sobre o impacto
das mudanças de 2017.
“Afetou negativamente a renda do trabalho, o sistema de crédito.
O que cresceu foram as ocupações informais e por conta própria. A desigualdade
se acentuou. Também piorou o índice de Gini, ou seja, uma distribuição mais
desigual do resultado do trabalho”, ressaltou.
Krein ressaltou ainda o histórico de desconstrução dos direitos
trabalhistas no Brasil iniciado no anos 1990, prosseguindo com mais intensidade
na reforma de Temer, que mudou formas de contratação e remuneração. As medidas
ajudariam, segundo seus defensores, a formalizar contratos, dinamizar a
economia, criar empregos e aumentar a produtividade. “Todas essas promessas não
foram efetuadas”, lembrou.
Fonte:
Portal CTB, com informações da RBA
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