Informativo
DIA MUNDIAL DE ALIMENTAÇÃO: É PRECISO COMBATER O AUMENTO DA FOME
Em 1979, a Organização das Nações Unidas
(ONU) instituiu o Dia Mundial da Alimentação em 16 de outubro. Tudo porque
nessa data, em 1945, foi fundada a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), justamente com o
objetivo de chamar a atenção para a necessidade de extirpar a fome do Planeta.
Por
Marcos Aurélio Ruy
Neste ano, o slogan da campanha é “Dietas
saudáveis para um mundo de #FomeZero” – bem apropriado ao momento em que
aumenta o número de famintos no planeta redondo que gira em torno do Sol. Mais
de 150 países comemoram essa data. “Devemos ressaltar a data neste momento em
que o governo brasileiro aplica o neoliberalismo, acabando com nossos sonhos de
uma alimentação saudável e adequada a todos os brasileiros”, afirma Vânia
Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Segundo o relatório “O Estado de Segurança
Alimentar e Nutrição no Mundo 2018”, da FAO, a fome atingiu 821 milhões de
pessoas em 2017, ante 815 milhões de famélicos em 2016. As estimativas são de
crescimento desses números porque vários países adotaram as políticas
recessivas e ultraliberais determinadas pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI). Apesar de milhões de subnutridos, de acordo com a FAO 672 milhões de
adultos estão obesos no mundo.
Aliado a isso, o relatório “Recompensem o
trabalho, não a riqueza”, da Oxfam, mostra que a concentração de riquezas ganha
contornos insuportáveis. Segundo a ONG, em 2017, 82% de toda a riqueza gerada
no mundo foi para os bolsos dos 1% mais ricos do planeta. Já a metade mais
pobre da população no mundo – 3,7 bilhões de pessoas – ficou a ver navios, sem
nem um centavo.
“Enquanto for mantida a lógica do capital em
sua exploração sobre o trabalho, a fome persistirá”, analisa Vânia. Justamente
porque “a ganância da burguesia está destruindo o planeta e as pessoas com
verdadeiros atentados à segurança alimentar”, complementa.
Ela realça a liberação de uso de mais de 400
agrotóxicos pelo presidente Jair Bolsonaro. “O atual governo corta
investimentos nas áreas sociais, como saúde, educação, direitos humanos,
cultura e agricultura familiar e favorece os grandes produtores, perdoando
dívidas com o governo e permitindo o envenenamento de nossa comida”, diz.
O relatório da FAO mostra que há 5,2 milhões
de famintos no Brasil – e esse número vem crescendo ano a ano desde 2014. O
Brasil – que havia saído do Mapa da Fome da ONU – está retornando a ele com
velocidade espantosa. O estudo mostra que a curva de desnutrição voltou a
crescer no país, assim como a prevalência de anemia em mulheres em idade
reprodutiva. O índice de recém-nascidos abaixo do peso se manteve em 8,4%.
“As políticas defendidas pelo governo
brasileiro”, acentua Vânia, “fazem a situação piorar. Não se desenvolve uma
política para a criação de empregos e se extinguem as conquistas da classe
trabalhadora e a população mais pobre”. Segundo a sindicalista, para combater a
miséria e a fome, é necessário “termos políticas de incentivo à agricultura
familiar para melhorarmos a produção de alimentos sem a utilização de
agrotóxicos”. Ela lembra que a agricultura familiar é responsável por 70% da
produção de alimentos no País. “Precisamos cuidar da comida que chega à mesa
dos brasileiros.”
Para ela, “o uso intenso de agrotóxicos
produz alimentos contaminados que adoecem a população”. Além disso, “a
monocultura, própria dos latifundiários e do agronegócio, no qual se se emprega
o maior número de agrotóxicos prejudica a nossa alimentação e também a diversidade
biológica, empobrecendo a terra e diminuindo a vida no campo”.
O abandono das políticas públicas faz a
desigualdade social crescer no Brasil a olhos vistos. A pesquisa FGV Social, da
Fundação Getúlio Vargas, aponta que a diferença entre ricos e pobres cresceu no
2º trimestre de 2019 pelo 17º trimestre consecutivo. O índice Gini – que mede a
concentração de riquezas – passou de 0,6003 no 4º trimestre de 2014 para 0,6291
no 2º trimestre de 2019 (quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade). Conforme
o estudo, de 2014 a 2019 a renda do trabalho da metade mais pobre da população
caiu 17,1%, enquanto a renda dos 1% mais ricos subiu 10,11%.
“Todo esse caos é fruto das políticas
neoliberais dos governantes do pós-golpe de Estado de 2016”, assinala Vânia.
“Eles vieram para destruir as conquistas do povo brasileiro e governar para os
ricos. Bolsonaro é ainda mais radical, entregando o país de bandeja ao
imperialismo norte-americano”.
Para acabar com a fome no planeta, a
sindicalista afirma ser necessário uma reforma agrária que garanta a posse da
terra às trabalhadoras e aos trabalhadores do campo, com políticas que
favoreçam a permanência da juventude, além de “assistência técnica, acesso ao
crédito, tecnologias sociais e incentivo para a organização da produção.” Isso
porque o agronegócio é monocultor e visa principalmente a exportação.
Fonte:
Portal Vermelho
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